Quero sentir a minha mão errante
errando em tua pele, sem destino.
Tua saliva eu quero penetrante
queimando minha boca, em desatino.
Quero em meu gesto a placidez do andante
e no meu peito o allegro libertino.
Quero inscrever a imensidão no instante
cristalizado em versos de Aretino.
Eu quero todas as paixões do mundo
e todos os amores em congresso.
E quero a eternidade do segundo
Num tempo sem partida nem regresso.
Quero um desejo lúcido, fecundo,
pecaminoso, cúmplice e inconfesso.
Victor Giudice.
Do diário de Silvia Plath.
22.
- Sim, fiquei enlevada com você, ainda estou. Ninguém jamais despertou tamanha intensidade de sensação física em mim. Afastei-o, pois não suportaria ser um capricho passageiro. Antes de entregar meu corpo, preciso entregar meus pensamentos, minha mente, meus sonhos. E você não queria saber de nada disso. -
...
S. P.
Eu abrirei primeiro as portas do meu coração antes de abrir as da minha casa e partilharei meus pensamentos, antes de partilhar meus dias e noites.
K. G.
Mil vozes profusas
(CLIQUE NA IMAGEM PARA OUVIR)
Agora, mais aurora. O sangue clora, esbranquece e desaquece. O coração como uma fruta pejada se esforça!o!ar que preenche o pulmão é PESADO e engrossa mais a cada passo dado. A língua carrega mil palavras, formando uma íngua dessassosegada, que posso dizer? Que posso? Quê? Do pulmão.Onde o ar se transfigura e torna-se palavra, seu nome?À boca. Seca, seca.
Meus pés. Parecem ter cascos em vez de dedos, sua mão, quando acaricia meu rosto bexigoso, sorri.
Victor Tales.