terça-feira, novembro 16, 2004,
 

Quero sentir a minha mão errante
errando em tua pele, sem destino.
Tua saliva eu quero penetrante
queimando minha boca, em desatino.

Quero em meu gesto a placidez do andante
e no meu peito o allegro libertino.
Quero inscrever a imensidão no instante
cristalizado em versos de Aretino.

Eu quero todas as paixões do mundo
e todos os amores em congresso.
E quero a eternidade do segundo

Num tempo sem partida nem regresso.
Quero um desejo lúcido, fecundo,
pecaminoso, cúmplice e inconfesso.

Victor Giudice.
 


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segunda-feira, novembro 08, 2004,
 

Do diário de Silvia Plath.

22.

- Sim, fiquei enlevada com você, ainda estou. Ninguém jamais despertou tamanha intensidade de sensação física em mim. Afastei-o, pois não suportaria ser um capricho passageiro. Antes de entregar meu corpo, preciso entregar meus pensamentos, minha mente, meus sonhos. E você não queria saber de nada disso. -

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S. P.

Eu abrirei primeiro as portas do meu coração antes de abrir as da minha casa e partilharei meus pensamentos, antes de partilhar meus dias e noites.

K. G.
 


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segunda-feira, novembro 01, 2004,
 

Mil vozes profusas

Mil vozes profusas
(CLIQUE NA IMAGEM PARA OUVIR)



Agora, mais aurora. O sangue clora, esbranquece e desaquece. O coração como uma fruta pejada se esforça!o!ar que preenche o pulmão é PESADO e engrossa mais a cada passo dado. A língua carrega mil palavras, formando uma íngua dessassosegada, que posso dizer? Que posso? Quê? Do pulmão.Onde o ar se transfigura e torna-se palavra, seu nome?À boca. Seca, seca.

Meus pés. Parecem ter cascos em vez de dedos, sua mão, quando acaricia meu rosto bexigoso, sorri.

Victor Tales.
 


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