terça-feira, novembro 16, 2004,
 

Quero sentir a minha mão errante
errando em tua pele, sem destino.
Tua saliva eu quero penetrante
queimando minha boca, em desatino.

Quero em meu gesto a placidez do andante
e no meu peito o allegro libertino.
Quero inscrever a imensidão no instante
cristalizado em versos de Aretino.

Eu quero todas as paixões do mundo
e todos os amores em congresso.
E quero a eternidade do segundo

Num tempo sem partida nem regresso.
Quero um desejo lúcido, fecundo,
pecaminoso, cúmplice e inconfesso.

Victor Giudice.
 


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